Essa é uma pergunta interessante cuja resposta vai mudando de acordo com os anos vividos por aqui.
Quando vim para cá resolvi me desfazer de todos os meus objetos pessoais e só trazer roupas e sapatos (e meus patins de patinação artística). Hoje, vejo que esse foi meu maior erro pois, chegando aqui, perdi grande parte das minhas roupas porque elas encolheram depois de passarem pela secadora. Quatro anos depois eu penso exatamente o contrário. Se eu pudesse voltar no tempo teria trazido apenas minhas roupas e sapatos favoritos e guardado mais espaço para artigos de decoração, quadros, e até aquela caneca favorita.
Eu via muita gente encher a mala com presentes que ganhou no casamento de 20 anos atrás, roupa de cama, utensílios de cozinha e tudo o mais que se possa imaginar. Por um tempo achei que fosse falta de desapego material, já que eu resolvi deixar TUDO para trás, com exceção de livros e cd's que trouxe para cá na volta da minha primeira viagem de férias à terrinha. Hoje vejo que essas pessoas é que estavam certas em trazer coisas materiais que tinham algum valor sentimental.
Mas por que mudei completamente de idéia? Ora bolas, porque aqui tem de tudo e um pouco mais do que tem no Brasil e com preços infinitamente mais baixos.
Não vou nem falar de eletrônicos porque senão é covardia. Todos sabemos que eles custam pelo menos 3 vezes mais na terrinha do que por esses lados. Se você for aos Estados Unidos vai pagar ainda mais barato do que aqui no Canadá.
Roupas e sapatos: estamos numa sociedade capitalista onde o consumo é regra. Até hoje eu fico espantada com a quantidade de liquidações que existem durante o ano todo. E não são aquelas promoçõezinhas fajutas que vemos no Brasil não. Aqui a coisa é pra valer. Algumas lojas chegam a diminuir seus preços em até 70%. Sempre gosto de citar como exemplo um casaco de lã que vi na GAP no ano em que chegamos. O preço normal dele era de $280 no início do inverno, mas depois do Natal paguei apenas $28. Sim, são 200 dólares a menos do preço original. Conclusão? Agora só compro roupa em promoção. Quando vejo alguma coisa que gosto, espero algum tempo e fico de olho nas promoções relâmpago. Algumas lojas oferecem 40% entre 11 da manhã e 2 da tarde. É lógico que nem tudo entra em promoção, e com o tempo você vai meio que adivinhando que tipo de coisa nunca terá seu preço rebaixado.
Além das liquidações que ocorrem o ano todo, também existem os outlets, como o Vaughan Mills e o Dixie Mall, só para citar alguns. Muita gente atravessa a fronteira em Niagara Falls e vai fazer compras em Buffalo, onde dizem que também há outlets com preços muito bons.
É bom ficar de olho nas lojas de móveis pois elas também fazem muitas liquidações, especialmente depois do Boxing Day. Aliás, depois de 26 de dezembro costuma ter a boxing week, que na verdade dura todo o mês de janeiro em alguns lugares. É fácil encontrar mercadorias com 50% de desconto ou mais.
Mas não são só roupas, sapatos, móveis e eletrônicos que entram em promoção não. Sempre tem algum item alimentício com desconto nos supermercados ao longo do ano. Eu acho incrível a capacidade humana de consumir, pois basta diminuir o preço em 5 centavos que as prateleiras se esvaziam rapidamente. Eu fico de olho na promoção da Hagen Daz. Um potinho pequeno de sorvete sai em torno de 7 ou 8 dólares, mas na promoção você leva 2 por $10. Impossível resistir.
Enfim, ficam aí minhas dicas. Hoje eu penso diferente e traria para cá todos os meus objetos que representassem alguma coisa para mim ou tivessem um valor sentimental grande, mas essa decisão cabe a cada um. Cada pessoa sabe o que é melhor para si.
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