Muita gente reclama do sistema público de saúde no Canadá, e na maioria das vezes com razão: longas esperas, demora para conseguir um especialista, ou até dificuldade para conseguir um family doctor.
A história que vou contar hoje é diferente; é sobre o lado que funciona.
A vida inteira lutei contra a gastrite, mas ela sempre me venceu, chegando a se transformar em úlcera em 2007. Acostumada a sentir dor, nunca havia procurado um médico por causa disso, até janeiro. As dores estavam muito fortes e eu desconfiava que estava com úlcera novamente. Na mesma semana consegui marcar uma consulta com minha family doctor, que me encaminhou para um ultrassom alguns dias depois. O resultado apontava gastrite, hérnia de hiato, pedras na vesícula e no rim. Diante de tantas "boas" notícias, ela me mandou fazer mais alguns exames, entre eles uma endoscopia com biópsia.
Tudo foi marcado e feito em um período curto de tempo. Em menos de 1 mês eu estava com todo o diagnóstico. Então ela quis me encaminhar para um cirurgião para remoção da vesícula. Eu não quis, já que não estava sentido nada.
Um mês depois, meu estômago começava a dar sinais de melhora, mas a injestão de comida gordurosa, especificamente um butter chicken indiano, desencadeou minha primeira crise de vesícula. Foram 8 horas de agonia intensa, mas eu me recusei a ir ao pronto-socorro. Apavorada com as histórias de horas de espera no atendimento, preferi passar dor no conforto do meu lar.
Naquela semana, voltei a falar com minha family doctor, que me encaminhou para uma consulta com o cirurgião na semana seguinte. Para minha surpresa, em menos de 10 dias eu já poderia fazer a cirugia, mas resolvi adiar para quando voltasse de férias. E eis que no dia 03 de maio eu fiquei livre das minhas pedras.
Uns dias antes da cirurgia, fui a uma consulta pré-operatória no próprio hospital (North York General Hospital). Uma enfermeira me explicou como seriam o pré e pós operatório, e fez alguns exames, como sangue e pressão. Em menos de 1 hora eu estava dispensada.
No dia da cirurgia me pediram para chegar com 1 hora e meia de antecedência. Registrei-me no hospital, depois passei por uma enfermeira, que me deu vários remédios para dor, e de lá fui para a sala de espera, onde estavam vários outros pacientes e seus familiares. Toda essa parte foi muito rápida. O que demorou mesmo foi a epsera pela cirurgia, que estava marcada para 1h30 da tarde, mas não me chamaram antes das 3h00.
Quando finalmente chegou a minha hora, fui andando até a sala de cirugia, onde encontrei meu cirurgião. Fizeram tudo que tinham que fazer, e às 6 da tarde acordei na sala de recuperação com uma enfermeira muito atenciosa. Ela me perguntou se eu estava sentindo dor. Eu disse que sim, então ela me deu um analgésico intra-venoso. Meia hora depois, eu continuava com um pouco de dor, então ela me deu um Tylenol e me mandou para casa.
O efeito da anestesia estava bem forte, então saí bem grogue do hospital e fiquei meio abobalhada até o dia seguinte, quando só então me toquei de que não sabia o que havia acontencido.
Recebi vários papéis com instruções, e uma delas era marcar uma consulta de follow-up em um outro local, que não o hospital ou a clínica do meu cirurgião. Liguei para a clínica dele para pedir um atestado médico e perguntar das minhas pedras, mas a secretária não sabia nada sobre elas. Minha consulta ficou para 13 de maio. Quem sabe até lá alguém possa me responder quantas pedras foram removidas.
Enfim, depois dessa experiência, ponto positivo para o sistema de saúde canadense. Sempre fui atendida com rapidez, eficiência, e cordialidade em todas as etapas do processo.
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